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Como a Análise do Comportamento pode ajudar meu filho com autismo?

Seu filho tem enfrentado dificuldades para interagir com outras pessoas, demonstra baixo contato visual, problemas no desenvolvimento da linguagem ou envolve-se em episódios longos e intensos de choro e birra? Caso você seja mãe ou pai de uma criança com autismo sabe muito bem o quanto esses comportamentos podem afetar a qualidade de vida.

Nesse cenário a Análise do Comportamento Aplicada pode auxiliar ampliando nossa compreensão de como o comportamento de seu filho funciona em situações reais, tendo como objetivo aumentar os comportamentos úteis e diminuir os comportamentos que são prejudiciais ou afetam o aprendizado.

Neste artigo exploraremos os benefícios, princípios fundamentais e como a Análise do Comportamento Aplicada pode promover um desenvolvimento significativo e positivo para indivíduos com autismo.

O que é a Análise do Comportamento Aplicada

A Análise do Comportamento Aplicada, do inglês Applied Behavior Analysis (ABA), trata-se de uma ciência que usa princípios de aprendizagem para modificar comportamentos. Ela pode nos ajudar a entender:

  • Como o comportamento funciona;
  • Como o comportamento é afetado pelo meio ambiente;
  • Como o processo de aprendizagem acontece.

A ABA baseia-se no princípio de que quando comportamentos específicos são reforçados, aumenta-se a probabilidade desses comportamentos acontecerem novamente. Por outro lado, quando você não reforça certos comportamentos, esses diminuem de frequência e podem eventualmente parar de ocorrer.

Por conta disso, nas últimas décadas, a ABA vem sendo amplamente usada e estudada em terapias para pessoas com autismo e outros distúrbios do desenvolvimento.

ABA e o autismo

Os métodos de análise de comportamento têm sido usados e estudados por décadas, ajudando muitos indivíduos com autismo a adquirir habilidades novas – desde estilos de vida mais saudáveis até o aprendizado de um novo idioma.

Pesquisas indicam que a terapia ABA, quando aplicada em indivíduos com autismo por mais de 20 horas semanais nos primeiros anos de vida (antes dos 4 anos), resulta em avanços significativos no desenvolvimento e até diminuiu a demanda por serviços especializados posteriormente. Além disso, pesquisas indicam que a ABA impacta de maneira relevante a:

  • Interação social;
  • Comunicação;
  • Linguagem.

Objetivos da terapia ABA

A técnica visa promover o desenvolvimento em áreas essenciais, como linguagem, habilidades sociais, autonomia pessoal, comportamentos adaptativos e entre outros. Ademais, procura minimizar comportamentos problemáticos, como birra, agressão e autolesão.

Bons programas ABA para autismo não são padronizados. Portanto a ABA não deve ser vista como um conjunto de exercícios que serão aplicadas a todos os indivíduos da mesma forma. Em vez disso, cada programa é feito para atender às necessidades individuais de cada um.

O objetivo de qualquer programa ABA é ajudar cada pessoa a trabalhar habilidades que as tornarão mais independentes e bem-sucedidas a curto e longo prazo.

Na prática

Um analista de comportamento qualificado e treinado projeta e supervisiona diretamente o programa. Personalizando o programa para as habilidades, necessidades, interesses, preferências e situação familiar de cada pessoa.

O profissional começará fazendo uma avaliação detalhada das habilidades e preferências do indivíduo, usando o que é coletado para elaborar metas específicas de tratamento. Além disso, objetivos e preferências familiares também serão considerados.

Os objetivos do tratamento podem incluir muitas áreas de habilidades diferentes, como:

  • Habilidade social;
  • Comunicação e linguagem;
  • Autocuidado (como tomar banho e ir ao banheiro);
  • Brincar e lazer;
  • Atividades motoras;
  • Habilidades acadêmicas;
  • Habilidades vocacionais (para os mais velhos).

Os profissionais envolvidos medem o progresso coletando dados em cada sessão de terapia. Os dados os ajudam a monitorar o progresso da pessoa em direção aos objetivos de forma contínua.

O analista de comportamento se reúne regularmente com membros da família e terapeutas para revisar informações sobre o progresso. Eles podem então planejar com antecedência e ajustar os planos e objetivos de ensino conforme necessário.

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